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O motivo desta disciplina vai de encontro ao tema da liberdade, uma vez que Bergson indicara que esta somente tem sucesso na linhagem do homem, ou melhor, no modo como o homem mantém-se em coesão ao constituir sociedade. O alerta de Bergson, no entanto, é de sublinhar que nem toda sociedade é livre por si mesma, o que implica na análise de dois elementos básicos: a moral e a religião. O tema aparece no livro As duas fontes da moral e da religião escrito por Bergson, o qual tem sua repercussão no livro O Bergsonismo, escrito por Gilles Deleuze e publicado em 1966, quando busca explicitar os geram sociedades livres.
A motivação desta pesquisa, além de sublinhar a preocupação de dois filósofos sobre o modo como a liberdade passa a se efetivar num determinado campo social, nos leva aos modos como estes pensam a diferença. De inicio, podemos afirmar que Bergson ao pensá-la apresenta as distinções entre as diferenças de grau e de natureza; já Deleuze sublinha sua conexão com a repetição. Portanto, estes aspectos serão por demais relevantes para compreendermos as relações entre a vida, enquanto processo de diferenciação, enquanto atualização do virtual, e a liberdade como consequência de moral aberta e de uma religião dinâmica como indica Bergson. Para Deleuze, na contemporaneidade, podemos alcançar novos modos de convívios, sociabilidades e afetividades em conversações com as ciências e artes contemporâneas. Bergson quando pensa a liberdade o faz afirmando que a vida é um processo de atualização de tendências virtuais que culminam em diferenças de natureza: plantas, animais e homens. No caso da liberdade, o pensador da duração afirma esta é produzida quando a função fabuladora é de certo modo neutralizada pela emoção criadora.
Neste sentido, a disciplina promoverá discussões em torno destes conceitos, sobretudo por Deleuze buscar pensar não o indiferenciado e o diferenciado, mas o que ainda não se diferenciou, o que desemboca na relação entre atual e virtual; sendo a partir destas relações que buscaremos trazer considerações entre filosofia, ciência e arte contemporânea sublinhando o tema da diferença. Em relação a esta buscaremos expor também como Gilles Deleuze e Jacques Derrida são dois pensadores que, cada qual ao seu modo, construíram filosofias que ressoam nas pesquisas buscamos fazer. |