AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DAS LECTINAS DE Canavalia maritima (AUBL.) THOUARS E Dioclea rostrata BENTH. EM CEPAS PADRÕES E MULTIRRESISTENTES DE Staphylococcus aureus E Escherichia coli
Antibiótico. Lectinas. Modulação. Resistência bacteriana.
Lectinas atraem bastante interesse devido as suas propriedades únicas de se ligar de forma específica e reversível a glicanos sem alterar a estrutura de ambos, e aglutinar células. Devido a essas propriedades possuem diversas funções, inclusive atividade antibacteriana e moduladora. Staphylococcus aureus e Escherichia coli são micro-organismos patogênicos de grande preocupação clínica, devido as infecções nosocomiais que podem causar, além de serem resistentes a diversos medicamentos. Dessa forma, isolar biomoléculas com potencial antibacteriano é bastante promissor para possibilitar um futuro medicamento capaz de agir contra essas cepas. O objetivo desse estudo foi isolar lectinas de sementes de Dioclea rostrata (DRL) e Canavalia maritima (ConM) e testar o seu potencial antibacteriano e modulador contra cepas padrões de multirresistentes de S. aureus e E. coli. Para tanto, as lectinas DRL e ConM foram purificadas por cromatografia de afinidade em coluna Sephadex G-50. Foi realizada a atividade hemaglutinante utilizando eritrócitos de coelho a 3%, inibição da atividade hemaglutinante utilizando glicose 0.1 M e desnaturação proteica por aquecimento. Os testes microbiológicos foram realizados de forma a verificar a Concentração Inibitória Mínima capaz de inibir o crescimento bacteriano como também o teste de modulação com antibiótico. As lectinas testadas apresentaram a CIM acima ou igual a 1024 μg/mL. Não apresentando atividade clinicamente significativa sobre o crescimento bacteriano de forma direta. Foram verificados os efeitos modulatórios das lectinas ConM e DRL em combinação com os antibióticos Ampicilina, Norfloxacino e Gentamicina. A ConM mostrou efeito sinérgico, melhorando significativamente a atividade de todos os antibióticos em cepas resistentes de E. coli, no entanto mostrou-se indiferente para de S. aureus. Com a DRL também foi possível verificar um sinergismo em combinação com todos os antibióticos para E. coli, por outro lado, em S. aureus, apresentou efeito sinérgico apenas quando combinado como antibiótico gentamicina. Por fim, as lectinas do estudo foram capazes atuar de forma sinérgica em combinação com os antibióticos contra cepas resistente de S. aureus e E. coli, diminuindo suas concentrações em uso.