EFEITOS DA RESTRIÇÃO CALÓRICA NA FUNÇÃO CARDÍACA, MITOCONDRIAL E NO ESTADO REDOX DURANTE A HIPERTROFIA CARDÍACA INDUZIDA POR ISOPROTERENOL IN VIVO.
mitocôndrias. restrição calórica. hipertrofia cardíaca. estresse oxidativo. radicais livres. sinalização adrenérgica
A hipertrofia cardíaca é caracterizada pelo aumento do tamanho do coração
decorrente de estímulos intracelulares adquiridos de uma sobrecarga de pressão ou
volume. Embora seja uma resposta adaptativa e transitória, frequentemente evolui
para um quadro de insuficiência cardíaca congestiva, ocasionando falha cardíaca.
Disfunções mitocondriais estão envolvidas no desenvolvimento de patologias
cardíacas e que geralmente são associadas com defeitos na cadeia de transporte de
elétrons, sobrecarga de Ca2+, reativação de genes cardíacos e principalmente, pelo
aumento de estresse oxidativo. Por outro lado, a restrição calórica (RC) é uma
intervenção nutricional que protege contra a hipertrofia cardíaca por diminuição do
estresse oxidativo e melhora da função mitocondrial. Neste estudo, será mostrado que
esta intervenção dietética previne a elevação das proteínas cardíacas, evita a
reprogramação do fator natriurético atrial e bloqueia o aumento do índice de peso do
coração por comprimento da tíbia (mg/cm), parâmetros observados em corações
hipertróficos. Esses resultados sugerem que a RC inibe o crescimento patológico
cardíaco, ao mesmo tempo em que reduz a formação de peróxido de hidrogênio
induzida pelo transporte reverso de elétrons mitocondrial e melhora o conteúdo
mitocondrial. Adicionalmente, a RC atenuou a abertura do mPTP induzida por Ca2+ em
mitocôndrias isoladas de camundongos tratados com isoproterenol. Além disso, a RC
bloqueou a correlação negativa de enzimas antioxidantes (atividade de superóxido
dismutase e glutationa peroxidase), levando à manutenção dos níveis de proteína
sulfidrilas e glutationa. Dada a natureza da hipertrofia cardíaca induzida por
isoproterenol, foi investigado se a RC pode alterar a sensibilidade β-adrenérgica
cardíaca. Assim, usando corações de ratos isolados em um sistema de Langendorff, foi visto que ratos com RC (semelhante aos controles) preservaram a sinalização β-adrenérgica. Em contrapartida, corações de ratos hipertróficos (tratados por sete dias com isoproterenol) foram insensíveis à ativação β-adrenérgica com isoproterenol (50 nM). Esses resultados indicam que a RC possui efeitos benéficos contra a cardiomiopatia hipertrófica e podem contribuir para prevenção e/ou tratamento de complicações relacionadas a hipertrofia cardíaca e outras doenças cardiovasculares.