Banca de QUALIFICAÇÃO: VANESSA ERIKA ABRANTES COUTINHO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VANESSA ERIKA ABRANTES COUTINHO
DATA : 31/03/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

Utilização das lectinas de Ganoderma applatum e Canavalia ensiformis como elementos de biorreconhecimento eletroquímico para glicose


PALAVRAS-CHAVES:

Lectinas de leguminosas; Lectinas de fungos; Canavalia ensiformesGanoderma applanatum; Glicose; Biossensores eletroquímicos.


PÁGINAS: 104
RESUMO:

Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes do planeta. Na célula, esses compostos participam de mecanismos de reconhecimento e interação molecular, sendo também aproveitados como fonte primária de energia. Os glicídios também apresentam importância para a saúde e seus níveis descontrolados no corpo podem acarretar doenças metabólicas, como o diabetes mellitus e a obesidade. O controle dos níveis de glicose tem sido alvo de muitas pesquisas que visam facilitar e/ou aprimorar a detecção desse monossacarídeo em fluidos biológicos, alimentos e formulações comerciais. Devido à capacidade de ligação reversível e específica a carboidratos, as lectinas são proteínas que vêm ganhando espaço como moléculas de reconhecimento no desenvolvimento de biossensores eletroquímicos para glicose. As lectinas de leguminosa são amplamente estudadas e caracterizadas, sendo a lectina isolada de Canavalia ensiformes (ConA) a mais conhecida desse grupo e utilizada por sua especificidade à glicose. Pela diversidade de propriedades de acordo com a fonte de obtenção, as lectinas de fungos também atraem pesquisadores interessados em investigar o potencial biotecnológico dessas proteínas. A espécie Ganoderma appalanatum, por exemplo, apresenta uma lectina (GAL) com afinidade por glicose e que apresenta resistência moderada a variações de pH (4-8) e temperatura (20 – 60ºC), embora com atividade hemaglutinante melhor conservada em condições fisiológicas. Neste trabalho foram desenvolvidos dois sistemas de biorreconhecimento para glicose com a ConA e a GAL, utilizando eletrodo de carbono vítreo (GCE) modificado com o hexacianometalato Azul da Prússia (PB) que, além de ser um material semicondutor, também possui regiões de densidade eletrônica heterogêneas e adequadas para a adsorção das proteínas, através de ligações intermoleculares. Os resultados obtidos por diferentes técnicas comprovaram que o problema de instabilidade desse material em pH fisiológico pode ser solucionado por tratamento térmico a 100 ºC por 1h, levando ao suporte eletródico de ta-PB/GCE. O uso de inteligência artificial associado a parâmetros eletroquímicos possibilitou estudos estruturais e a obtenção de dados sobre as condições biocompatíveis e eletrostaticamente favoráveis para imobilização da GAL em ta-PB/GCE, que também foram úteis nos estudos com a ConA. O biossensor GAL/ta-PB/GCE apresentou ótimo desempenho eletroquímico para a quantificação de glicose em condições ideais, alcançando um limite de detecção de 10,2 pM e sensibilidade de 0,012 µA µM‒1cm‒2. A performance obtida com ConA/ta-PB/GCE também foi satisfatória, alcançando um limite de detecção de 0,56 µM e sensibilidade de 3,94×103 µA µM‒1cm‒2. A seletividade dos ensaios foi influenciada por outros carboidratos, incluindo frutose, maltose e sacarose, provavelmente pela regiosseletividade moderadamente baixa alcançada com sítios de interação superficiais dessas proteínas, mas sem comprometer a viabilidade dos dispositivos para a eletroanálise de glicose em amostras complexas. Ambos os biossensores foram testados para a quantificação de glicose em formulações farmacêuticas, alcançando valores de recuperação entre 98,0% e 100,5%. O biossensor ConA/ta-PB/GCE também foi aplicado com êxito para a análise de açúcares totais em amostras de refrigerante. Cada dispositivo apresentou vantagens e desafios que ainda demandam mais estudos, mas o conjunto de figuras de mérito obtido em cada sistema comprovou que as plataformas desenvolvidas são verdadeiramente eficientes para a análise de glicose em diferentes amostras, estimulando mais pesquisas com o desenvolvimento de biossensores eletroquímicos à base de lectinas para carboidratos de relevância biológica.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - TATIANE SANTI GADELHA
Externo à Instituição - FRANCISCO ADRIANO DE OLIVEIRA CARVALHO
Interno - FRANCISCO NASCIMENTO PEREIRA JUNIOR
Presidente - THIAGO MIELLE BRITO FERREIRA OLIVEIRA
Notícia cadastrada em: 14/03/2023 12:04
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