VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO SARS-COV-2 EM PETS: UM ESTUDO BASEADO EM INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO, CLÍNICO E LABORATORIAL EM CLÍNICAS VETERINÁRIAS DE REFERÊNCIA NO CARIRI CEARENSE, BRASIL.
Palavras-chave: SARS-CoV-2; COVID-19; Animais de estimação.
Os coronavírus infectam uma variedade de animais vertebrados mamíferos, determinando doenças respiratórias, entéricas, hepáticas e neurológicas com diferentes graus de gravidade clínica. O contato próximo de cães e gatos com humanos, permite questionar se os coronavírus possam estar envolvidos na cadeia de transmissão da COVID-19. Considerando essa possibilidade, realizou-se ensaio observacional, descritivo transversal para avaliar a prevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 em cães e gatos domiciliados nas cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, municípios do estado do Ceará – Brasil, no período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022. Foram selecionados, aleatoriamente, gatos e cães domiciliados e atendidos em clínicas veterinárias na área de estudo. Os animais foram avaliados clinicamente por um médico veterinário e as informações clínicas e epidemiológicas foram tabuladas e tratadas com estatística descritiva. Amostras biológicas (soros e Swabs) foram coletadas dos animais e seus tutores e submetidas a ensaios de quimiluminescência e RT-PCR. Os resultados mostraram 185 animais sujeitos do estudo, dos quais 27 tiveram sorologia reagente para SARS-CoV-2 (sendo 24 (12,97%) cães e 3 (1,62%) gatos). Dos 83 Swabs coletados, 73 (87,95%) não foram detectáveis para SARS-CoV-2 e 10 (12,04%) foram indeterminados, em consequência uma prevalência sorológica de 0,14 (14%) e uma prevalência infecciosa indeterminada. Os resultados permitem inferir que, possivelmente, animais domésticos (cães e gatos) possam estar envolvidos na cadeia de transmissão ou serem reservatórios do vírus da COVID-19, fato que enseja alargamento do estudo, considerando tratar-se de doença emergente e de notória importância na saúde pública.