EXPLORANDO A DISFUNÇÃO CARDÍACA INDUZIDA POR LIPOPOLISSACARÍDEOS: INSIGHTS SOBRE OS EFEITOS DO ESTRESSE MITOCONDRIAL E OXIDATIVO
Sepse. Mitocondrias. Estresse oxidativo.
A sepse é caracterizada por a resposta imunológica desordenada a uma infecção sistêmica, é comumente desencadeada por endotoxinas bacterianas, como o lipopolissacarídeo (LPS) de bactérias Gram-negativas, desempenhando papel central na inflamação severa. Além disso, a disfunção cardíaca induzida pela sepse é uma das principais causas de mortalidade. Este estudo tem como objetivo determinar os efeitos da lesão cardíaca induzida por LPS no dano mitocondrial, estresse oxidativo e subsequente disfunção cardíaca em camundongos e ratos. Camundongos e ratos foram injetados com LPS por três dias (1,5 mg/kg), após aprovação do Comitê de Uso de Animais. A análise da função cardíaca foi realizada utilizando o sistema de perfusão Langendorff. As atividades dos complexos mitocondriais (I, II, III e IV), das enzimas antioxidantes e os níveis de peróxido de hidrogênio foram medidos espectrofotometricamente. A análise estatística foi realizada utilizando o teste t de Student no software GraphPad Prism. O tratamento com LPS reduziu significativamente a atividade da glutationa peroxidase, da glutationa redutase e da catalase. Isso foi acompanhado por uma tendência de diminuição nos níveis de proteínas sulfidrila mitocondriais nas amostras cardíacas de camundongos e em citosol de ratos. Além disso, o tratamento com LPS aumentou significativamente a produção de peróxido de hidrogênio mitocondrial e a peroxidação lipídica nos animais tratados, indicando aumento do estresse oxidativo. Também houve um aumento significativo da glutationa S- transferase, como um mecanismo adaptativo da célula de tentar controlar o estresse oxidativo. Esses resultados nos levaram a examinar a influência do LPS na funcionalidade dos complexos mitocondriais. Essas análises revelaram uma diminuição significativa nos complexos I e II nas mitocôndrias cardíacas dos animais tratados com LPS, enquanto as atividades dos complexos III e IV permaneceram inalteradas. Nos corações de ratos perfundidos com Langendorff, a infusão de LPS (0,5 µg) induziu elevação significativa na pressão diastólica final do ventrículo esquerdo e diminuição na pressão total desenvolvida por este mesmo ventrículo. Em conclusão, este estudo lança luz sobre os efeitos prejudiciais da lesão cardíaca induzida por LPS na integridade e função mitocondrial, levando ao aumento do estresse oxidativo e subsequente disfunção cardíaca. Esses insights podem abrir caminho para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas direcionadas, visando mitigar as consequências deletérias da disfunção cardíaca induzida pela sepse.