Banca de DEFESA: ANDRE ALENCAR MOREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ANDRE ALENCAR MOREIRA
DATA : 28/05/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de Videoconferência - FAMED
TÍTULO:

CARACTERIZAÇÃO DA MICROBIOTA BACTERIANA DA BORDA DE ÚLCERAS
DE PACIENTES PORTADORES DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NO CARIRI CEARENSE.

 

PALAVRAS-CHAVES:

Leishmaniose Tegumentar Americana; Infecção Bacteriana Cutânea; Coinfecção; Inflamação;
Cicatrização; Tratamento.

PÁGINAS: 87
RESUMO:

A Leishmaniose Tegumentar Americana - LTA é uma doença infecciosa, não contagiosa,
causada por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania, com comprometimento de
pele e mucosas. A Leishmania ssp. é um parasito intracelular obrigatório das células do sistema
fagocítico mononuclear, com duas formas principais: uma flagelada ou promastigota, encontrada
no tubo digestivo do inseto vetor e outra aflagelada ou amastigota, observada nos tecidos dos

hospedeiros vertebrados. Os vetores da LTA são flebotomíneos conhecidos como mosquito-
palha, tatuquira, birigui, entre outros, dependendo da localização geográfica. A pele abriga uma

comunidade diversificada de microrganismos, incluindo bactérias, fungos, vírus e ácaros, que
desempenham papéis importantes na proteção contra patógenos invasores, na modulação da
resposta imune e na manutenção da homeostase da pele. O presente estudo teve como objetivo
caracterizar a composição microbiana na região de borda de úlceras de pele em pacientes
portadores de LTA. Trata-se de um estudo observacional, analítico, prospectivo e transversal.
Foram coletadas amostras da microbiota com uso de Swab de lesões de pacientes diagnosticados
com LTA, atendidos na Clínica Escola da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do
Cariri, no período de janeiro a março de 2024. No estudo foram investigadas as variáveis
relacionadas às informações epidemiológicas, clínicas, e microbiota das lesões e área
contralateral do corpo para controle. Foram conduzidas análises descritivas utilizando
frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas e medidas de centralidade para
variáveis contínuas, incluindo média e desvio padrão. A análise estatística analítica das principais

variáveis da pesquisa foi feita por meio de comparações de médias através dos testes de Kruskal-
Wallis e de Mann-Whitney. Todas as análises estatísticas foram realizadas com nível de

significância α = 0,05. Na pesquisa, a LTA afetou principalmente homens (61%) na faixa etária
de 38 a 47 anos (20,5%), residentes da zona rural (70,7%), com ensino fundamental incompleto 

(46,3%) e renda entre 1 a 5 salários mínimos (80,5%). Em relação à localização das lesões,
constatou-se maior prevalência nos membros inferiores esquerdo (47,5%) em ambos os sexos.
No que tange à cultura da lesão ulcerada, a Staphylococcus aureus mostrou-se mais prevalente
(22,7%). Além disso, foi observado que 11,3% dos pacientes apresentaram aumento do tipo
bacteriano idêntico (Staphylococcus) tanto na cultura da lesão quanto na cultura de controle. Foi
avaliado a complexidade da Leishmaniose Tegumentar Americana, destacando a influência da
coinfecção bacteriana. A coexistência de bactérias com Leishmania ssp. em lesões cutâneas
aumenta a dificuldade de diagnóstico e tratamento, afetando a cicatrização e podendo levar a
complicações. Os resultados indicaram uma associação entre distúrbios nas lesões e colonização
bacteriana oportunista, influenciada pela inflamação causada pela Leishmania. O ambiente
hipóxico nas lesões favorece a persistência da infecção bacteriana. Estudos identificaram uma
prevalência significativa de infecções por S. aureus nas bordas de úlceras de pacientes com
Leishmania ssp. A coinfecção por Leishmania ssp. e S. aureus intensifica a resposta inflamatória,
aumentando a gravidade das lesões. A pesquisa realizada evidenciou que as lesões causadas pela
LTA podem apresentar uma contaminação oportunista por bactérias comensais do epitélio
humano, propiciando o desenvolvimento de infecções secundárias. Desse modo, novas
estratégias terapêuticas que visem não só a Leishmania, mas também a microbiota oportunista,
podem ser produzidas, atenuando a possibilidade de complicações do quadro clínico dos
pacientes.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - CLAUDIO GLEIDISTON LIMA DA SILVA
Externo à Instituição - LUIS RAFAEL LEITE SAMPAIO
Interna - MARIA DO SOCORRO VIEIRA DOS SANTOS
Externa à Instituição - RACQUEL OLIVEIRA DA SILVA SOUZA