A CONCEPÇÃO DE ENSINO-APRENDIZAGEM À LUZ DODE MAGISTRO DE TOMÁS DE AQUINO
Ensino. Aprendizagem. Aluno. Professor. Conhecimento.
A presente pesquisa versa sobre a concepção de ensino-aprendizagem a partir da obra De Magistro de Tomás de Aquino e objetiva uma reflexão crítica dos conceitos desse mesmo filósofo no intuito de estabelecer possibilidades metodológicas para a educação atualmente, especificamente para alunos da educação básica na rede pública no nível do fundamental II. De Magistro é expressão da atuação docente de Tomás de Aquino no contexto da filosofia escolástica na qual ele discorre sobre o ensino nos moldes das questões disputadas. A escolástica trouxe uma proposta de ensino bastante peculiar, um método que valoriza o aluno e sua participação como agente principal do saber destacando o seu protagonismo no processo de ensino-aprendizagem e a função mediadora/auxiliadora do mestre de possibilitar ao aluno alcançar o conhecimento. Os conceitos filosóficos são dinâmicos e seu entendimento pode ser atualizado em outras cosmovisões e contextos históricos. Por isso tais conceitos são importantes para os dias atuais porque propõem uma mudança no eixo metodológico da educação na rede básica de ensino. O professor não é o detentor do saber e nem deve ser o centro, mas deve acompanhar o aluno que é o principal responsável pelo seu aprendizado. Tal ideia foi veiculada na escolástica e utilizada como parâmetro; por isso que a lectio, a quaestio e a disputatio eram a expressão da metodologia de ensino-aprendizagem além de solidificaram a ideia da universidade medieval como lócus da pesquisa e do desenvolvimento do conhecimento. Tal herança está hoje latente na ideia de universidade e pode ser uma linha metodológica a ser implementada na rede básica de ensino tendo o aluno como centro e possibilitando que o mesmo desenvolva suas potencialidades, isto é, trazendo para ato o conhecimento que ele possui em potência. Ademais, o próprio Tomás de Aquino argumenta que o conhecimento é a passagem da potência ao ato, ou seja, ele defende a viabilidade do conhecimento da razão natural infusa que deve ser concretizada pela ação humana do ensinar e aprender. Dessa forma o conhecimento e a transmissão deste pertencem à vida ativa e o mestre deve auxiliar o aprendiz a atualizar suas potencialidades intelectuais.