DESCORTINANDO A GENTRIFICAÇÃO: o Programa
Minha Casa Minha Vida na fronteira da segregação
Programa Minha Casa Minha Vida- Políticas habitacionais-
Gentrificação
O mote desta pesquisa é identificar o processo de gentrificação presente nas políticas
públicas de moradia, tomando como aporte os efeitos desse fenômeno sobre a vida das
pessoas que foram contempladas pelo Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV),
na cidade de Crato, no Conjunto Habitacional Nossa Senhora das Dores. A discussão
também traz a importância de se falar acerca deste conceito emergente na formulação
das teorias no campo das ciências sociais. Sua natureza tem procedência do
movimento especulativo provocado pelo capital no entorno da produção social do
espaço e suas derivações (espoliação imobiliária, segregação socioespacial, exclusão e
desigualdade). Como resultado dessa luta de forças que urge sobre a (re)produção
social do espaço, tem-se ainda o déficit habitacional que, inclusive, há muito vem
assolando o Brasil. Nesse intuito, políticas públicas habitacionais têm sido erigidas
com o objetivo de reduzir a falta de moradias/moradias dignas para as pessoas, entre
elas está o PMCMV, originado em 2009, no governo do ex-Presidente, Luís Inácio
Lula da Silva. Em vista disso, é consensual entre vários autores que, no Brasil, o
acesso à habitação tem sido mercantilizado ao ser regido pela especulação do mercado
imobiliário com a corroboração do Estado, o que finda por tornar esta relação
paradoxal: a garantia do direito à moradia de um lado, o atendimento a espolia do
capital, de outro. Para tanto, a abordagem metodológica a ser utilizada na pesquisa se
fará por meio de uma perspectiva multimétodo (qualitativa e quantitativa), a fim de
que seja possível a execução da mesma, a mescla desses dois caminhos
metodológicos se faz fundamental.