OS PRINCÍPIOS DO BEM VIVER NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DO SÍTIO ARRUDA EM ARARIPE - CEARÁ
Bem Viver. Comunidade Quilombola. Sítio Arruda. Ancestralidade.
As comunidades quilombolas são grupos que detém uma extensa identidade cultural, sendo formados mediante um processo histórico já iniciado nos primórdios da escravidão, no território brasileiro. Tais comunidades são símbolos de resistência a diversos meios de dominação. Dessa maneira, os quilombos sustentam uma importante interligação com sua herança sociohistórica e, consequentemente, um importante conglomerado de costumes de uma cultura que devem ser preservados e apreendidos através de seus antepassados. Os princípios do Bem Viver, estão intimamente ligados com as comunidades quilombolas, visto que se encontram atrelados à construção de relações de produção, de intercâmbio e de cooperação que propiciem uma suficiência sustentada na solidariedade. O centro das atenções é o ser humano vivendo em comunidade e em harmonia com a Natureza. Trata-se de opor-se a exploração da mão de obra e da defesa da vida contra esquemas antropocêntricos de organização produtiva, causadores da destruição do planeta. Diante desse contexto, o presente estudo parte da seguinte pergunta-problema: De que maneira as práticas estabelecidas na Comunidade Quilombola do Sítio Arruda se distanciam ou aproximam dos princípios do Bem Viver? Tendo como objetivo geral: Analisar as relações que se estabelecem entre as práticas comunitárias quilombolas no Sítio Arruda em Araripe - CE e o que se preconiza como princípios do Bem Viver. A pesquisa será realizada por meio de um método etnográfico com abordagem baseada na cultura material e partindo da premissa de que, na construção dessa cultura, a epistemologia da ancestralidade é o elemento principal. Assumindo, portanto, que essas comunidades trazem um legado tecnológico, social, cultural, histórico.