AGRAVAMENTO DA COVID-19 E SUA CORRELAÇÃO COM INDICADORES DEMOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS NO BRASIL
COVID-19; SARS-CoV-2; Desigualdades socioeconômicas; Sindemia; Análise de rede.
A pandemia da COVID-19 foi causada pela propagação do SARS-CoV-2, um coronavírus que é transmitido entre humanos, principalmente por inalação de aerossóis ou ingestão de gotículas, mas também por via fecal-oral ou contato com superfícies contaminadas. A doença afetou a população mundial não só no que diz respeito à saúde, mas a aspectos socioeconômicos e políticos. Mesmo com as medidas de proteção, o vírus não foi contido, provocando mortes e outras enfermidades que não foram causadas diretamente pelo SARS-CoV-2. Apesar de poder acometer qualquer ser humano, estudos demonstram que algumas doenças infeciosas atingem de maneira desproporcional os mais pobres e que há relação entre as desigualdades socioeconômicas e a saúde da população. Além disso, as interações entre os processos sociais e biológicos, onde os problemas de saúde interagem entre si, e as condições sociais adversas exacerbam os efeitos sobre a saúde, fazem com que a COVID-19 seja caracterizada como uma sindemia, e não como uma pandemia. Diante disso, essa pesquisa avalia se há correlação de indicadores socioeconômicos e demográficos com o agravamento da COVID-19 nas diferentes regiões do Brasil. Para tanto, foi realizada uma análise estatística descritiva e análise de redes complexas entre o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, óbitos e características dos doentes, como sexo, raça, idade, fator de risco e escolaridade e indicadores socioeconômicos e demográficos. Os resultados das análises demonstraram as diferentes maneiras que a COVID-19 atingiu as populações mais vulneráveis, tratando as especificidades de cada região do país, e que as variáveis com maior importância no sistema foram o Índice de Vulnerabilidade Social, o Índice de Gini e a Densidade de Moradores por Cômodo do Domicílio. Tais resultados poderão contribuir para a adoção de políticas públicas capazes de reduzir a propagação da COVID-19, além de prevenir surtos de outros vírus.